Fui hoje, com a minha filha e uma minha sobrinha, assistir a uma representação d’”O mundo mesa”. À saída pediram-me que desse a minha opinião sobre o espectáculo, o que não consegui aí fazer por um imperativo fisiológico: a minha filha “estava aflita”. Faço-o agora, esperando que a minha opinião, sendo sincera, não ofenda, e, sendo oferecida, não desmereça a vossa consideração.
Começo por dizer, frontalmente, que não gostei do espectáculo! E o que se passou hoje havia-se já passado, comigo, com a minha mulher e com a minha filha, n’”O mistério da visita”, a que assistimos há duas semanas. Logo à saída da sala, dores de barriga e de maxilares, e a minha filha “aflita”; tudo, sem dúvida, consequências do tanto rir. Depois, durante o resto do dia – e a julgar pelo que sucedeu com “O mistério da visita”, durante o resto do mês e, quem sabe, do ano – o não parar de pensar e de falar em “Estufinhas”, “ONI”, “Pum Pum Beijinho Beijinho”, homens do lixo... eu sei lá. E indo de mal para pior: por vossa causa, por causa da vossa superlativa habilidade de encenar, entusiasmar e encantar estes quatro espécimes de duas gerações – eu e a minha mulher, a minha filha e a minha sobrinha – quedo-me agora envergonhado de sequer pensar em fazer as flácidas tentativas de teatrinho caseiro com que suavemente sonhava, eu pai-argumentista-encenador-actor, como forma de estimular a imaginação e criatividade de toda a família. Finalmente, e o pior de tudo, por vossa causa ficámos uns viciados: ainda não tinhamos saído da sala e já a minha filha pedinchava “Ó papá, para a semana o que é que vimos aqui ver?”. E eu, que ando até enraivecido de não ter podido assistir ao tão falado “Ai que medo”, e que sonho já com a próxima oportunidade de, a troco de uns poucos euros – e quão poucos por tanto – poder sonhar um qualquer vosso sonho, e fazê-lo também meu num regresso inesperado ao menino que somos todos nós?
Isso não se faz!
Com alguma mágoa, mas esperando não ter ofendido,
Jorge Morais.
Começo por dizer, frontalmente, que não gostei do espectáculo! E o que se passou hoje havia-se já passado, comigo, com a minha mulher e com a minha filha, n’”O mistério da visita”, a que assistimos há duas semanas. Logo à saída da sala, dores de barriga e de maxilares, e a minha filha “aflita”; tudo, sem dúvida, consequências do tanto rir. Depois, durante o resto do dia – e a julgar pelo que sucedeu com “O mistério da visita”, durante o resto do mês e, quem sabe, do ano – o não parar de pensar e de falar em “Estufinhas”, “ONI”, “Pum Pum Beijinho Beijinho”, homens do lixo... eu sei lá. E indo de mal para pior: por vossa causa, por causa da vossa superlativa habilidade de encenar, entusiasmar e encantar estes quatro espécimes de duas gerações – eu e a minha mulher, a minha filha e a minha sobrinha – quedo-me agora envergonhado de sequer pensar em fazer as flácidas tentativas de teatrinho caseiro com que suavemente sonhava, eu pai-argumentista-encenador-actor, como forma de estimular a imaginação e criatividade de toda a família. Finalmente, e o pior de tudo, por vossa causa ficámos uns viciados: ainda não tinhamos saído da sala e já a minha filha pedinchava “Ó papá, para a semana o que é que vimos aqui ver?”. E eu, que ando até enraivecido de não ter podido assistir ao tão falado “Ai que medo”, e que sonho já com a próxima oportunidade de, a troco de uns poucos euros – e quão poucos por tanto – poder sonhar um qualquer vosso sonho, e fazê-lo também meu num regresso inesperado ao menino que somos todos nós?
Isso não se faz!
Com alguma mágoa, mas esperando não ter ofendido,
Jorge Morais.
PS: mais uma vez os meus sinceros agradecimentos pelo vosso excelente trabalho, e é claro que aí estarei, com a minha família, no "Eunice", e no que mais venha a seguir.
Um abraço para toda a equipa, de mim e da Paula, minha mulher, e beijinhos da Ana e do Pedro, que ainda é muito pequeno para estas coisas, mas que está a crescer...
(email recebido pela produção do Serviço Educativo do Teatro do Campo Alegre e que muito nos alegra partilhar aqui com todos vocês. Fotografia: PAT)
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